Cursou somente os quatro primeiros anos
escolares, alternados com um trabalho
noturno em uma fábrica de tecidos, isso
desde os oito anos de idade. Era muito
pobre e precisava ajudar seu pai e os seus
muitos irmãos. Mesmo assim, possuía
invejável cultura, digna dos grandes
estudiosos.
Dormia muito pouco, às vezes varava a noite
escrevendo, no outro dia estava pontualmente
no trabalho e assim escreveu mais de
quatrocentos livros, muitos deles editados
em diversos idiomas, verdadeiros
“best-sellers” e que continuam sendo
editados e vendidos no mundo todo.
Se
comparado a um escritor comum, poderia ter
conquistado verdadeira fortuna com os
direitos autorais de sua vastíssima e
interessante obra. Mas, nunca ficou com um
centavo resultante dos livros vendidos.
Doava, desde o primeiro livro escrito, toda
a renda relativa aos seus direitos às
instituições de caridade. Fazia questão de
viver com seu humilde salário, em casinha
muito pobre, sempre às voltas com seus
irmãozinhos que eram seus dependentes.
Ainda encontrava tempo para visitar
constantemente as famílias carentes
procurando ajudá-las da melhor maneira
possível. Era um verdadeiro amigo dos
infortunados, e chegava a distribuir a
própria roupa aos seus assistidos.
Grande intérprete da espiritualidade
superior, com sua admirável mediunidade,
Chico Xavier sempre foi cultor de um
Espiritismo Científico-Filosófico, mas
pessoalmente, não se esquecia um minuto da
grande missão religiosa da Doutrina de
Kardec entre os homens e assim se
expressava: “Nós, espíritas cristãos,
acreditamos na necessidade do retorno ao
Cristianismo puro, às bases de nossa fé
cristã, estejamos em qualquer confissão
religiosa evangélica, seja ela qual for. Com
o progresso material de nosso tempo, é
imperiosa a fé profunda e simples, que
herdamos de 300 anos de martírio nos circos.
Esses 300 anos de perseguição aos cristãos
da era apostólica não podem estar perdidos.
Não podemos acreditar que o materialismo,
venha ele de onde vier, consiga ofuscar a fé
cristã”.
Em
outra ocasião, dizia Chico: “Se eu
dispusesse de autoridade, rogaria aos homens
que estão arquitetando a construção do
terceiro milênio que colocassem no portal da
“Nova Era” as inolvidáveis palavras de Nosso
Senhor Jesus Cristo: - Amai-vos uns aos
outros como eu vos amei”.
Muito obrigado, Francisco Cândido Xavier,
pelo seu legado à humanidade terrestre.
Sérgio Augusto Pelicano